Vírus da zika pode estar associado a mais uma doença neurológica
09/03/2016 16:34 em VOCÊ NA CIDADE. (Mande seus vídeos

Vírus da zika pode estar associado a mais uma doença neurológica

Revista científica publicou um caso registrado no Caribe.
Os exames confirmaram uma mielite, rara e grave inflamação na medula.

 

Graziela AzevedoSão Paulo

 
 
 

O vírus da zika pode estar associado a mais uma doença neurológica grave. A revista científica Lancet publicou o caso registrado no Caribe e conta a história clínica de uma adolescente de 15 anos, moradora da ilha caribenha de Guadalupe.

Em janeiro, a jovem foi hospitalizada com paralisia do lado esquerdo do corpo, dores fortíssimas nos músculos e na cabeça e, depois, passou a ter retenção urinária. Os exames confirmaram uma mielite, uma rara e grave inflamação que atinge a medula.

“É uma doença potencialmente grave, porque pode levar a perda de movimentos. Geralmente são sintomas transitórios, ou seja, há recuperação desses movimentos, mas em alguns casos pode deixar sequelas” explica o médico infectologista Jessé Reis Alves.

Os testes mostraram que, no caso da adolescente de Guadalupe, havia a presença do vírus da zika no fluido, no líquido da medula. Como outras causas deram descartadas, essa pode ser mais uma doença grave que está sendo transmitida pelo Aedes aegypti.

Uma das médicas que cuidaram da paciente, Annie Lannuzel, disse que a jovem sentia fraqueza intensa nos braços e pernas uma semana depois dos sintomas da zika. Ela ressaltou que a mielite precisa ser diagnosticada logo para evitar danos neurológicos e motores e que as diferenças entre as doenças transmitidas pelo vírus da zika precisam ser identificados em exames clínicos e sorológicos.

“São sintomas difíceis de diagnosticar. Os médicos os profissionais de saúde precisam estar bem preparados, atualizados, porque são sintomas que estão ligados à uma especialidade, que é a neurologia e que às vezes passam meio desapercebidos. Então, é importante que os médicos fiquem muito atentos para esse tipo de manifestação”, alerta o infectologista.

A pesquisadora informou que a adolescente de 15 anos está melhorando, já anda sozinha, mas continua internada.

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