Governo se reúne para avaliar impacto da manifestação de domingo
14/03/2016 15:01 em VOCÊ NA CIDADE. (Mande seus vídeos

Governo se reúne para avaliar impacto da manifestação de domingo

Dilma acompanhou protestos pela TV e recebeu relatos de auxiliares.
Planalto disse que liberdade de manifestação é própria das democracias.

 

Gioconda BrasilBrasília

 
 
 

processo de impeachment ganhar força no Congresso. A presidente Dilma passou a manhã em uma reunião no Palácio do Planalto. A estratégia do governo vai ser intensificar o diálogo com os parlamentares.

A presidente Dilma Roussef reuniu a coordenação politica do governo, formada por ministros e líderes aliados no Congresso. O encontro às segundas-feiras é uma rotina. Mas, desta vez, as manifestações deste domingo (14) tomaram conta das conversas.

A presidente acompanhou os protestos pela televisão e ao longo do dia recebeu relatos de assessores. No domingo, o Planalto se manifestou em nota. Em um texto de três linhas assinado pela Secretaria de Comunicação Social afirmou que a liberdade de manifestação é própria das democracias e deve ser respeitada. Acrescentou que o caráter pacífico das manifestações demonstra a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e garantir o respeito às suas leis e às instituições.

Ainda no domingo a presidente chamou ao Palácio da Alvorada os ministros mais próximos. Depois de quase cinco horas de reunião ninguém falou na saída. Mas a avaliação geral é que não se pode negar que o protesto foi de larga escala, maior do que se esperava.

O líder do Democratas na Câmara quer aproveitar as manifestações para acelerar o processo de impeachment. “O Congresso ele vive de expectativas e viu nessa demonstração nas ruas que a expectativa da população é que o Congresso efetivamente faça e cumpra o seu papel e o papel do Congresso nesse momento é instalar a comissão”, fala o líder do DEM/AM, Pauderney Avelino.

O líder do Partido dos Trabalhadores destacou que lideranças da oposição também foram hostilizadas e que a manifestação não altera o cenário político.

“O julgamento do impeachment deve ser com base na legislação e não há fato que o justifique. A manifestação faz parte da democracia”, fala o líder do PT/BA, Afonso Florence.

Na próxima quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal julga o recurso apresentado pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, do PMDB, que questionou o rito do impeachment estabelecido em dezembro pelo Supremo. Geralmente, o julgamento desse tipo de recurso não muda o entendimento dos ministros. Eles apenas esclarecem dúvidas para a aplicação da regra.

Os ministros já definiram que o Senado pode rever decisão da Câmara; que a comissão especial na Câmara deve ser eleita com voto aberto; e que não pode haver chapa alternativa na formação desta comissão. Ou seja, a chapa tem que ser indicada pelos líderes dos partidos.

O pedido de abertura do processo será aberto se pelo menos 342 deputados votarem a favor e o Senado poderá decidir, por maioria simples, pelo arquivamento ou pela continuidade.

Quando o Supremo bater definitivamente o martelo sobre o rito, a Câmara já pode retomar a análise do pedido de impeachment contra a presidente Dilma. É isso que pretende fazer o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já no dia seguinte à decisão do Supremo.

Fonte: G1

 
COMENTÁRIOS