Campanha "Acorda Cinderela" faz alerta na rodoviária de Teresina
29/12/2016 17:16 em VOCÊ NA CIDADE. (Mande seus vídeos

Passageiros que seguem para litoral do Piauí são foco do projeto.
Orientação é voltada para evitar o golpe "Boa noite Cinderela".

Viajantes que seguem da capital para municípios do interior do Estado e também para outros Estados participam nesta quinta-feira (29) da campanha "Acorda Cinderela". Promovida pela Secretaria de Segurança Pública a iniciativa busca conscientizar a sociedade a respeito da importância alertar sobre casos de violência contra as mulheres. O intuito da ação é que quem segue para as festas no fim de ano no litoral e no interior possa compreender a necessidade de combater o assédio às mulheres.

De acordo com a diretora de Gestão Interna da Secretaria de Segurança Pública, delegada Eugênia Villa, todos os ônibus que saem do Terminal Rodoviário Lucídio Portela nesta quinta-feira serão visitados pelos participantes da campanha. "Os danos são irreparáveis", disse a delegada ao fazer o alerta para que não se aceite bebidas de estranhos, especialmente nas festas de fim de ano. A diretora explicou ainda que a campanha está focada especialmente nos viajantes que seguem para o litoral do Piauí.

"O foco é especialmente direcionado para o litoral pelo grande volume de festas realizadas neste período e também por ser o destino para a maioria das pessoas", comentou a delegada Eugênia Villa. Durante as visitas aos ônibus a equipe da campanha também apresentou o aplicativo em que podem ser denunciados casos de assédio e estupro. "O alerta é tanto para homens, quanto para mulheres, por uma atenção maior nos casos de estupro", pontuou a delegada.

Campanha alerta sobre estupros
A campanha 'Acorda Cinderela' foi criada para coibir casos de estupros no Piauí. Segundo Eugênia Villa, as turistas serão conscientizadas sobre o assunto na rodoviária de Teresina, na saída para o Litoral, e recepcionadas por outra equipe em Parnaíba. A ideia é que a campanha posteriormente atenda todo o estado, especialmente em datas comemorativas, e seja adotada nas escolas.

"Entendemos que o Litoral terá maior aglomeração de turistas agora e a praia é um ambiente que favorece o estupro. Pretendemos fazer a mesma campanha na época do carnaval, festa junina e nas escolas, porque só a gente debatendo sobre o assunto vai conseguir dinamizar esta questão. É preciso acabar com esta tolerância ao estupro. É isso que queremos evitar. Se a mulher for estuprada, que ela vá até a delegacia, não tenha vergonha, porque nós vamos atrás dos suspeitos", frisou Eugênia Villa.

Conforme a delegada, a prevenção do estupro através de campanha tem relação com os casos em Bom Jesus e Pajeú, onde mulheres foram vítimas do 'boa noite cinderela' e violentadas sexualmente. Nos dois crimes, os atos foram divulgados nas redes sociais.

"Queremos evitar estes danos à mulher. Estes estupros estão geralmente sendo seguidos. Não basta estuprar, é preciso provar que estuprou? Divulgar o vídeo é uma violência que atravessa, que acaba com a honra da mulher, onde ela deixa de ser pessoa e passa a ser uma coisa, algo manipulável. Vamos fomentar a denúncia para que as vítimas não se envergonhem de irem até a delegacia", comentou.

Eugênia Villa lembrou também do caso da estudante Júlia Rebeca, em Parnaíba, que se matou após ter vídeo íntimo divulgado nas redes sociais.

Outros casos
Em junho deste ano, na cidade de Sigefredo Pacheco, Norte do estado, o quarto caso de estupro coletivo veio à tona depois que um vídeo e fotos começaram a circular pelas redes sociais. As imagens, segundo a polícia, mostravam quatro rapazes e pelo menos dois deles tocavam a vagina da vítima que estava desacordada e não esboçava nenhuma reação. O crime foi praticado dentro de um carro.

Uma semana antes, outro estupro coletivo foi registrado na cidade de Pajeú do Piauí. Uma menina de 14 anos foi violentada sexualmente por quatro rapazes, sendo três adolescentes e um maior de idade. A mãe da vítima chegou a flagrar o estupro que ocorreu no banheiro de um ginásio poliesportivo.

Em maio, uma garota de 17 anos foi encontrada desacordada e amarrada com uma de suas peças de roupa na cidade de Bom Jesus, Sul do estado. Quatro adolescentes e um jovem de 18 anos foram alvos das investigações sob a suspeita de terem estuprado a moça.

Em maio do ano passado, o caso mais grave, deixou uma de quatro adolescentes morta. Com idades entre 15 e 17 anos, as jovens foram brutalmente agredidas, estupradas e arremessadas do alto de um penhasco na cidade de Castelo do Piauí. Quatro menores cumprem medida socioeducativa no Centro Educacional Masculino (CEM) e o maior de idade, apontado como mentor do crime, está preso na Penitenciária Provisória de Altos.

Fonte:G1 Piaui

 

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