Chuvas afetam mais de 30 cidades do interior e da Grande São Paulo
11/03/2016 16:56 em VOCÊ NA CIDADE. (Mande seus vídeos

11/03/2016 09h20 - Atualizado em 11/03/2016 15h27

Chuvas afetam mais de 30 cidades do interior e da Grande São Paulo

Dezoito pessoas morreram; há ruas e casas alagadas.
Aeroporto de Guarulhos e estações da CPTM chegaram a fechar.

 

Do G1, em São Paulo

 
 
 

As fortes chuvas desta quinta (10) e sexta-feira (11) causaram mortes e danos em cidades do interior e da Grande São Paulo. O Corpo de Bombeiros registrou 18 mortes, sendo dez em Francisco Morato, quatro em Mairiporã, duas em Itatiba, uma em Guarulhos e outra em Cajamar.

 
CHUVA NA GRANDE SP
Cidades paulistas ficaram alagadas.

Na região metropolitana, o Aeroporto Internacional de Guarulhos ficou fechado por seis horasestações da CPTM alagaram, deixando passageiros ilhados a noite toda, e os rios Pinheiros e Tietê transbordaram. Houve ainda quedas de barreira em rodovias. VEJA FOTOS

Em pouco mais de um dia, de quinta para esta sexta, choveu 40% do esperado para o mês na capital paulista, informou o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE).

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu 64,4 mm no Mirante de Santana, na Zona Norte de São Paulo, durante a madrugada desta sexta-feira, um terço de toda a chuva esperada para o mês: 191,8 mm. Em 24 horas, foram 87,2 mm na região.

Sorocaba registrou 61,6 mm de precipitação durante a madrugada, ainda segundo o Inmet. Outras cidades que registraram bastante chuva foram: Itapira (43,6 mm); Barueri (46,4 mm); Piracicaba (31,8 mm) e Taubaté (35,4 mm).

 
 
 

Confira a situação em cada cidade:

SÃO PAULO
A chuva forte chuva que atingia toda a Grande SP nesta sexta provocou o transbordamento do Córrego Perus, na altura da Praça Inácio Dias, colocando toda a subprefeitura de Perus sob estado de alerta, informou o CGE. A medida durou das 13h48 às 14h20.

Além do estado de alerta em Perus, entre 12h50 e 14h20, toda a capital paulista seguiu sob estado de atenção. As chuvas já diminuíram na maior parte da capital.

Mais cedo, no Jardim Ângela, Zona Sul da capital paulista, houve desabamento e quatro pessoas foram socorridas.

O Rio Pinheiros transbordou pouco depois da meia-noite, inundando regiões nas proximidades do Cebolão, complexo viário que liga a Marginal Tietê à Marginal Pinheiros, e da Ponte da Cidade Universitária.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 177 km de ruas e avenidas congestionadas em São Paulo às 8h30, recorde de lentidão de 2016 no período da manhã.

As zonas norte, leste, oeste, centro e sudeste entraram em estado de atenção na noite de quinta-feira e retornaram à observação às 2h05 desta sexta. Foram registradas nove quedas de árvores durante a madrugada nas subprefeituras de Vila Mariana, Pinheiros, Penha, Campo Limpo e Jaçanã/Tremembé.

FRANCISCO MORATO
Nove pessoas morreram em decorrencia das fortes chuvas. Segundo o Bom Dia São Paulo, há quatro pontos de deslizamentos. Carros e casas também estão embaixo d'água.

Choveu forte no município durante oito horas, entre 18h30 de quinta e 2h desta sexta. Muitas árvores caíram na cidade, e escolas foram preparadas para receber desabrigados.

Uma menina de 5 anos precisou ter o pé amputado pelos bombeiros para ser retirada debaixo de uma laje que desabou. A menina foi anestesiada e operada no local e depois levada para o Hospital das Clínicas.

Delizamento deixou mortos em Mairiporã (Foto: Reprodução/TV Globo)Delizamento deixou mortos em Mairiporã (Foto: Reprodução/TV Globo)

MAIRIPORÃ
Segundo o capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, há oito pessoas desaparecidasem Mairiporã, onde duas casas desabaram na noite desta quinta-feira (10). Outras seis pessoas foram resgatadas com vida, mas quatro não resistiram aos ferimentos e morreram. Entre os mortos, está uma criança de 4 anos, que morreu depois de ser resgatada do soterramento.

Quando cheguei, um rapaz estava tirando uma criança do meio da lama"
Deyvison da Silva

Os desabamentos ocorreram na Rua Primavera, Bairro de Jardim Neri. O local é de difícil acesso e a escuridão dificultava o trabalho de cinco equipes de bombeiros enviadas para o resgate.

O chapeiro Deyvison da Silva, de 30 anos, tentou ajudar os vizinhos após o desmoronamento de um morro. Ele ouvia os gritos dos soterrados. "Eu tentei ajudar, peguei minha lanterna em casa e, quando cheguei, um rapaz estava tirando uma criança do meio da lama. Depois subi [o morro], um senhor estava soterrado, tentei tirar um pouco dos escombros de cima dele com a marreta enquanto descia a lama." Em seguida, chegaram os bombeiros.

Agentes da Defesa Civil iniciaram durante a madrugada vistoria das casas vizinhas para saber quais imóveis precisam ser interditados. Parte das famílias já deixou as casas. A Prefeitura disponibilizou a quadra poliesportiva para os desabrigados.

O governador Geraldo Alckmin chegou no início da tarde a Mairiporã e afirmou que a Sabesp segurou ao máximo as águas da represa de Mairiporã. "Ontem (quinta) tinha 35% da sua reservação. Hoje, quase 100%. Segurou a água ao máximo que pode na barragem, mas quando chega a 100% não tem mais como segurar. Chegou a mais de 200 metros cúbicos por segundo."

Carros da Polícia Civil submersos em Franco da Rocha (Foto: Reprodução/TV Globo)Carros da Polícia Civil submersos em Franco da Rocha (Foto: Reprodução/TV Globo)

FRANCO DA ROCHA
È uma das cidades mais atingidas. Imagens do Bom Dia São Paulo mostraram o centro da cidade completamente embaixo d'água. Carros e prédios estão submersos.

VÍDEO: veja o momento em que um homem socorre uma mulher ilhada.

Pavilhões do Hospital de Custódia de Tratamento Psiquiátrico I “Prof. André Teixeira Lima” ficaram alagados. As 75 pacientes do pavilhão feminino foram transferidas para o Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha. Já os 434 pacientes do pavilhão masculino foram deslocados para a Penitenciária III de Franco da Rocha.

Um carro submerso é visto no Centro de Caieiras, na Grande São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (11). Pessoas ficaram ilhadas e alguns veículos foram arrastados pelas águas após fortes chuvas (Foto: Nivaldo Lima/Futura Press/Estadão Conteúdo)Um carro submerso é visto no Centro de Caieiras, na Grande São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (11). Pessoas ficaram ilhadas e alguns veículos foram arrastados pelas águas após fortes chuvas (Foto: Nivaldo Lima/Futura Press/Estadão Conteúdo)

CAIEIRAS
Vizinha de Franco da Rocha, a estação de trem também está completamente alagada e os trens não transitam.

Por volta das 11h, a Prefeitura de Caieiras informou que ainda há diversos pontos de alagamento no município, inclusive um intransitável no acesso de São Paulo.

Os habitantes de áreas de risco foram movidos para centro esportivo municipal Manoel Sanches. Ainda há riscos de mais deslizamentos.

GUARULHOS
O Aeroporto de Guarulhos reabriu nesta sexta-feira (11) às 6h06 após ficar mais de seis horas fechado para pousos e decolagens. Segundo a GRU Airport, empresa que administra o aeroporto, a tempestade que atingiu a cidade de Guarulhos no final da noite inundou uma das subestações de energia do aeroporto.

Por questões de segurança, parte da iluminação do sistema de pistas foi desligada, impossibilitando o funcionamento do aeroporto. Nessas seis horas, pelo menos 12 voos foram enviados para outros aeroportos e 6 foram cancelados, segundo balanço inicial da Gru Airport.

 
 
 

ITAPEVI
No meio de uma enchente em Itapevi, na Grande São Paulo, um homem tentou atravessar de um lado para outro na correnteza e desapareceu (veja o vídeo acima).

O Corpo de Bombeiros resgatou uma família de bote, que estava abrigada na laje. Muitas casas estão ilhadas na região.

A prefeitura informou que foram registrados pontos de alagamento nas avenidas Rubens Caramez (Centro) e Leda Pantalena (Jardim Sorocabano), nas ruas Dimarães Antonio Sandei e José Michelotti (Cidade Saúde) e Pedro Valadares (Jardim Vitápolis) e na rodovia Engenheiro Renê Benedito Silva (Cohab).

 
 
 

ATIBAIA
A chuva da madrugada deixou vários bairros alagados em Atibaia (veja vídeo acima). Segundo a Defesa Civil, são cerca de 700 famílias atingidas pelos alagamentos, sendo que 400 delas estão desabrigadas. Inicialmente, o órgão havia informado que seriam pelo menos 200 casas atingidas pela água, mas o número foi atualizado por volta das 11h.

Um dos bairros mais atingidos foi o Portão, na zona rural. Além dele, a situação é crítica no Caetetuba, Alvinópolis 2, Jardim Imperial e Jardim Maracanã. Os desabrigados estão sendo levados para o Ginásio de Esporte Omar Zigaib, Escola Walter Engrácia e Escola Therezinha Sirera.

A Rodovia Fernão Dias ficou interditada com a água da chuva. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) na madrugada desta sexta-feira (11) cerca de 200 metros da rodovia, no km 44, próximo ao bairro Chácara Jardim Brasil ficaram alagados. A via já foi liberada.

SANTA ISABEL
A pista expressa da via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, estava com trânsito lento no quilômetro 191, sentido Rio, na altura de Santa Isabel, por volta das 8h30. O motivo foi uma queda de barreira no começo da madrugada que chegou a interditar a via.

 
 
 

REGIÃO DE CAMPINAS
Córregos transbordaram na noite de quinta-feira (10) na Região Metropolitana de Campinas.  Não há informações de feridos. Seis cidades entraram em estado de atenção porque choveu acima de 80 milímetros em 72 horas. São eles: Águas de LindóiaCampinasHolambraMorungaba,Sumaré e Valinhos.

Moradores chegaram a ser impedidos de voltar para casa no Distrito de Sousas, em Campinas. O Rio Atibaia transbordou e a ponte na região central ficou interditada, mas foi liberada às 5h30 (veja imagens no vídeo acima).

Veículo é amarrado em rua de Valinhos para não ser levado pela enxurrada (Foto: Reprodução EPTV)Veículo é amarrado em rua de Valinhos
(Foto: Reprodução EPTV)

O nível da água está na copa das árvores e abaixo da ponte; o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estão monitorando o local.

Segundo a Prefeitura de Campinas, na quinta-feira choveu 128 milímetros, o esperado para cerca de 30 dias.

Já o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp diz que, neste mês, já choveu 163,1 milímetros na cidade, sendo que o esperado para março é 166 milímetros.

Após o Córrego Pinheirinho transbordar, a força da água arrastou carros e um morador da Rua Silvestre Chiari, no Jardim Nova Era, em Valinhos,foi obrigado a amarrar o carro dele, um Fiat Palio, com uma corda no muro para evitar que o veículo fosse levado pela enxurrada.
O carro só não foi arrastado porque uma árvore também ajudou a segurá-lo.

 
 
 

SOROCABA
A forte chuva interditou a marginal Dom Aguirre e deu um "nó" no trânsito. Segundo a Urbes, empresa que administra o trânsito e o transporte em Sorocaba, o tráfego de veículos na principal via da cidade está fechado no trecho entre a Avenida Juvenal de Campos e a São Francisco.

Veja fotos de ruas alagadas na região

Por volta das 8h, a Urbes informou que a pista sentido centro da Avenida Dom Aguirre na altura da base do Corpo de Bombeiros até o acesso da Avenida Afonso Vergueiro foi liberado. Durante a madrugada, o nível do rio Sorocaba subiu pelo menos três metros e cobriu o asfalto.

Pelo menos sete imóveis da região ficaram inundados. Moradores usaram um barco para conseguir sair de casa.

Às margens da Rodovia Raposo Tavares, um adolescente de 14 anos escapou com ferimentos leves depois de ter sido arrastado pela correnteza do córrego Lavapés, na noite de quinta-feira, dia em que ele completou mais um ano de vida.

Veja antes e depois de avenida em São Roque (Foto: Google Maps/Reprodução e Lo-ruama Teixeira/Arquivo Pessoal )Veja antes e depois de avenida em São Roque (Foto: Google Maps/Reprodução e Lo-ruama Teixeira/Arquivo Pessoal )

SÃO ROQUE
Em São Roque, as principais avenidas foram tomadas pela água. Fotos enviadas para a redação da TV TEM mostram os estragos na cidade. Avenidas Antônino Dias Bastos e John Kenedy ficaram parcialmente destruídas e estão interditadas.

A água chega até próximo o terminal rodoviário da cidade. Outro bairro alagado é o Guaçu, onde uma ponte foi destruída. Em 6 horas choveu na cidade o mesmo volume dos últimos 4 meses juntos.

"Um dilúvio em 6 horas". Foi assim que o prefeito Daniel de Oliveira definiu os estragos causados em São Roque. Segundo a Defesa Civil, pelo menos 127 mm de água caíram sobre a cidade em seis horas, valor equivalente ao total dos últimos quatro meses.

"Não há vazão que suporte tudo isso. Para contribuir, as populações ribeirinhas, com péssimos costumes de depositar sofá velho, lixo e entulhos, acabam contribuindo e muito para isso", afirma o prefeito.

MAIRINQUE
Foram registradas inundações em casas nos bairro Chácara Flora e Vila Sorocaba, além de desmoronamentos em ruas nos bairros Granada e Monjolinho. A estrada do Sertanejo, que liga o Centro a região industrial e São Roque, chegou a ficar interditada, mas já foi liberada.

A rodovia Raposo Tavares, ainda em Mairinque, também chegou a ficar interditada por meia hora por conta de uma queda de árvore no km 66. A pista já foi liberada. Nenhuma vítima foi registrada na cidade.

SALTO
A Defesa Civil de Salto emitiu um alerta nesta manhã pedindo para que os moradores de regiões às margens dos rios Jundiaí e Tietê deixarem as casas o mais rápido possível. Fotos mostram que os rios estão prestes a transbordar.

A Guarda Civil Municipal (GCM) de Salto informou que, à noite, o rio Tietê transbordou na altura da rua Castro Alves. Segundo a GCM, o maior estrago foi registrado próximo a uma faculdade durante a noite. Pela manhã, a água ainda não havia baixado.

 
 
 
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