OMS pede que brasileiras adiem gravidez devido ao surto de zika
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Publicado em 31/05/2016

OMS pede que brasileiras adiem gravidez devido ao surto de zika

'A recomendação é considerar o adiamento da gravidez', disse organismo.
OMS voltou a reiterar que não vê razões para cancelamento da Olimpíada.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu nesta terça-feira (31) às brasileiras que vivem nas áreas mais afetadas pelo vírus da zika no país que adiem ou pelo menos considerem adiar uma gravidez.

Mosquito aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika (Foto: Daniel Becerril/Reuters)

Para mulheres e casais que vivem ou viajaram para regiões afetadas pelo surto da doença, a sugestão da entidade é que esperem pelo menos seis meses antes de considerar uma gravidez caso o homem tenha apresentado sintomas do vírus da zika.

As recomendações relacionadas com a prevenção da transmissão sexual do vírus da zika, a segunda principal via de contágio depois da picada do mosquito transmissor, foram atualizadas hoje pela OMS.

O adiamento e o período de seis meses de espera a partir dos sintomas sofridos pelo homem tem relação com as evidências científicas sobre o tempo que o vírus pode permanecer no sêmen.

"A recomendação é considerar o adiamento da gravidez, certamente reconhecendo que isso pode ser duro para algumas pessoas", disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, aos jornalistas.

O documento divulgado pela entidade hoje indica que, "para prevenir consequências fetais ou uma gravidez adversa", os homens e mulheres em idades reprodutivas que vivem em áreas de transmissão local da zika "devem ser corretamente informados e orientados sobre a possibilidade de adiar uma possível gravidez".

O zika foi associado a um aumento dos casos de microcefalia no Brasil desde o ano passado, assim como ao forte crescimento de registros de desordens neurológicas em outros países da região.

zika foi associado a um aumento dos casos de microcefalia no Brasil desde o ano passado (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)zika foi associado a um aumento dos casos de microcefalia no Brasil desde o ano passado (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

"Os cientistas estão constantemente avaliando as evidências que surgem e determinaram que o vírus sobrevive mais tempo no sangue e nos fluidos corporais do que se pensava", disse Lindmeier.

Fonte:G1

Por essa mesma razão, a OMS elevou para oito semanas o período durante o qual recomenda que toda a pessoa, homem ou mulher, que retorne de uma região com transmissão do vírus pratique sexo seguro ou adote a abstinência.

A OMS entende por sexo seguro o uso correto e permanente de preservativos, mas também adiar o início da vida sexual, assim como o contato sexual sem penetração e um menor número de parceiros.

Caso já tinha ocorrido uma relação sexual sem proteção e a mulher não deseje uma gravidez por causa das preocupações quanto ao zika, elas devem ter "rápido acesso a serviços de contracepção de emergência e conselhos médicos", de acordo com a OMS.

 

A OMS voltou a reiterar nesta terça-feira que não vê razões para adiar ou transferir a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão disputados no Rio de Janeiro em agosto, por acreditar que a realização do evento no Brasil não aumenta o risco global de transmissão.

 

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