Seis são detidos em investigação por morte de embaixador russo na Turquia
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Publicado em 20/12/2016

 

Pais e a irmã do assassino estão entre os detidos. 
Embaixador Andreï Karlov foi morto durante inauguração de galeria.

Seis pessoas, incluindo os pais e a irmã do assassino, foram detidas nesta terça-feira (20) como parte da investigação sobre a morte do embaixador russo na Turquia. A agência de notícias Dogan informou que as prisões aconteceram em Aydin, cidade natal do atirador, no oeste da Turquia, segundo a France Presse.

Na segunda-feira (19), Mevlüt Mert Altintas, de 22 anos, atingiu com vários tiros o embaixador russo Andreï Karlov durante a inauguração de uma exposição de fotos em uma galeria de Ancara.

Ainda não está claro se o atirador era um policial da ativa. Segundo alguns jornais turcos, ele seria um ex-policial do batalhão de choque, sendo um dos milhares de militares afastados depois do golpe de Estado frustrado de julho. No entanto outros veículos destacam que ele ainda fazia parte do batalhão de choque.

Altintas, que não estava trabalhando, entrou na galeria de arte depois de exibir o distintivo policial e o serviço de segurança do local detectou que estava com uma arma, informa o jornal Sabah.

O policial, que permaneceu atrás do embaixador na típica posição de segurança, sacou a pistola e matou o diplomata com vários tiros nas costas. Várias câmeras filmaram o assassinato de Karlov, atingido por vários tiros pelas costas quando pronunciava um discurso.

Após o assassinato, o policial gritou "Deus é grande" e afirmou que vingava a cidade de Aleppo, reconquistada pelo exército sírio com o apoio da Rússia.


Mevlüt Mert Altintas pode estar vinculado ao pregador Fethullah Gulen, acusado de ter organizado o golpe de Estado frustrado de 15 de julho, segundo vários meios de comunicação. Essa hipótese havia sido cogitada na segunda-feira pelo prefeito de Ancara, Melih Gökçe.

Gulen, que vive exilado nos Estados Unidos e que nega as acusações de que esteve envolvido no golpe de julho, declarou que sentia uma "profunda tristeza" pelo assassinato do embaixador russo.

Investigações
Um grupo de 18 investigadores, agentes do serviço secreto e diplomatas russos chegou nesta terça-feira a Ancara para colaborar com a investigação, informou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Lavrov.

O assassinato de Karlov aconteceu no bairro das embaixadas, o que levanta perguntas sobre a segurança no centro da capital turca, que este ano foi abalada por vários atentados.

Na madrugada desta terça, um homem abriu fogo diante da embaixada americana em Ancara, sem deixar vítimas. Após o incidente, o governo dos Estados Unidos anunciou o fechamento de todas as representações diplomáticas do país na Turquia durante a terça-feira.

‘Provocação’
Depois do assassinato do embaixador russo, os presidentes da Turquia e da Rússia, Recep Tayyip Erdogan e Vladimir Putin, denunciaram uma "provocação" que pretendia prejudicar as relações entre os dois países.

Russos e turcos decidiram manter a reunião trilateral com o Irã sobre a Síria programada para esta terça-feira em Moscou.

Em Ancara, as autoridades mobilizaram policiais adicionais e caminhões da unidade antidistúrbios para reforçar a segurança ao redor da embaixada russa.

Fonte: G1

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